segunda-feira, 27 de junho de 2011

A verdade é que eu sei de tudo.

Eu sei que quando você abraça alguém por mais de quatro segundos na minha frente é só pra me provocar. Eu sei que quando alguém me abraça você vira a cara, sai de perto e prefere não ver. Eu sei sobre nossos jogos, nossa capa de não-tô-nem-aí, mesmo quando estamos aí, ali, aqui e acolá. Vamos fingir que quando você tá de um lado e eu de outro nossos olhos não se procuram no meio da multidão. Afinal, não temos nada, ainda que tenhamos tudo. Não temos nada, mas temos tudo o que duas pessoas precisam pra ser feliz. Mas a gente prefere fingir que não é nada. Fazer de conta que o mundo não fica diferente quando estamos juntos. Fazer de conta que nossas mãos não fazem o possível (e o impossível) pra se tocarem assim meio sem querer. Fazer de conta que não é amor, nem paixão, nem nada. Foi só distração, foi só uma vez e não vai se repetir nunca. Porque eu sei, por mais que doa, que se continuarmos assim, um passo pra frente e cem pra trás, não vamos a lugar nenhum. Eu queria não saber disso tudo, eu preferia que você precisasse me contar, pra quem sabe assim poder te conhecer melhor. Eu queria que você me contasse porque o vazio aí dentro é culpa minha. Que você me dissesse quando eu agi certo, errado, e quando não fiz nada quando era a minha vez de fazer. Porque quando eu pensei em esperar, pensei em esperarmos juntos até que viesse a certeza que eu tanto esperava. A minha ideia era te conhecer enquanto esperava, mas nos tornamos estranhos a cada dia que passa. A verdade viva que eu queria te contar é que não é nada fácil pra mim. Ter que fingir não estar nem aí pra não parecer a louca apaixonada. Fingir que se a minha risada não te alcança, a graça não valeu em nada. Fazer de conta que não vejo pra não parecer a louca que insiste em ver coisa onde não tem. Eu quase desisto todos os dias. Eu quase fico no meio do caminho. Mas o inteiro que sou não deixa. Por isso, se ainda der tempo, se ainda restar disposição, não deixe isso se perder. Eu não sei como é pra você, mas de mim exige uma força que eu nem sabia que tinha. A verdade é essa. A capa de não-amor não cabe em mim. Eu amo mesmo. O mundo fica sim de mentira, pequenininho, quando você não tá. A maior verdade, a que não me deixa nunca mais, é que eu quero, com todas as forças, ser tudo o que você precisa. Vem andar comigo.

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